Saiu na Vejinha (SP)
De bonecas assustadoras a trenzinhos super caros, confira alguns dos produtos que marcaram época:
Com formato de OVNI, o Genius era um jogo de memória: era preciso repetir uma sequência formada pelas luzes e sons emitidos previamente pelo brinquedo. Se você der a versão atualizada desse clássico para uma criança de hoje, ela talvez não ache muita graça — afinal, vivemos a era dos vídeo games ultramodernos. Já para a molecada dos anos oitenta… Ah, parecia coisa de outro mundo aquele disco colorido e barulhento.
Relação de amor e ódio
Às vezes dava vontade de arremessar longe o Cubo Mágico (e muita gente fez isso, aliás). Criado em 1974 pelo húngaro Ernõ Rubik, o quebra-cabeça colorido despontou aqui no Brasil na década seguinte, para alegria (e irritação) da criançada. O misto de sentimentos tão contraditórios deve-se ao desafio do brinquedo: organizar as laterais do poliedro de seis lados de modo que cada face reunisse apenas quadradinhos da mesma cor. O problema é que, quando se conseguia arrumar uma delas, alguma outra — grrrrrr! — ficava bagunçada. Era tão complicado que dezenas de livros com instruções chegaram às prateleiras na época.
Resistente dos sete mares
A rigor, o Pula-Pirata chegou ao mercado antes dos anos oitenta — foi lançado pela Estrela em 1978. Mas, nos Natais de boa parte da década seguinte foi um dos presentes que mais faziam sucesso. Em parte porque o embrulho ficava gigante devido ao volume do barril. Encontrado até hoje nas lojas, o jogo de espetar a espada e torcer para o boneco não pular ganhou versões tecnológicas e virtuais. É possível, inclusive, comprar o Pula-Pirata USB 2.0 — que funciona como um USB hub — e o Pop-up Pirate para Wii.
Enjoo que terminava em $$$
Se a gente para pra pensar, chega à conclusão que o Boca Rica pertence à categoria dos brinquedos “sem lógica, mas legais”. Afinal de contas, consistia em enfiar moedas coloridas num cofre vermelho. Em dado momento, um mecanismo acionado aleatoriamente fazia a portinha se abrir, e o mais sortudo embolsava a “fortuna”. Destaque gracinha para um detalhe de que muita gente não se lembra: a cada fichinha que descia, os olhos do cofre giravam como se ele estivesse enjoado. Quer dizer: é praticamente como se o bichinho vomitasse, né?
Febre militar
A primeira leva, com seis personagens, chegou às lojas do Brasil em 1984. Mas os Comandos em Ação viraram febre mesmo dois anos depois, quando a Rede Globo começou a exibir um desenho animados com os soldados, policiais, bombeiros e paramédicos do G.I. Joe (nome do original americano). Teve até um menino que foi ao “Porta da Esperança”, de Silvio Santos, pedir a coleção completa. E ganhou, para inveja de muita gente que assistiu ao programa.
Um trem para chamar de seu
Muito marmanjo ainda guarda seu kit com uma ferrovia, uma locomotiva e vários vagões. A paixão pelo Ferrorama — um dos mais caros da época — é tamanha que, em 2010 a Estrela prometeu que lançaria uma nova versão com uma condição: os fãs teriam que fazer a locomotiva percorrer os 20 quilômetros finais do Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, usando 110 metros de trilhos — enquanto o trenzinho corria, era preciso retirar trechos do início do trajeto e encaixar no final para evitar que a máquina descarrilhasse. O desafio foi cumprido.
Esportes (quase) sedentários
Futebol, basquete e outros esportes eram praticados sem a gente precisar sequer levantar da cadeira. Isso era necessário apenas para caminhar até a torneira mais próxima e encher de água o Aquaplay. Era quase como um fliperama de mão, uma versão meio artesanal — e muito divertida — dos vídeo games.
A temível boneca loira
No Brasil da década de 80, a gente mal tinha ouvido falar na expressão “lenda urbana” — pelo menos com esse nome elaborado —, mas viveu várias delas. Uma das mais famosas tinha como protagonista a boneca da Xuxa. Todo mundo tinha uma prima da vizinha de uma amiga da madrinha (ou relação distante similar) cuja filha havia sido atacada pela versão brinquedo da Rainha dos Baixinhos. Variações do “causo” envolviam outro boneco da época, o Fofão. Havia quem jurasse ser possível encontrar uma faca dentro deste último, aliás. As duas histórias e suas centenas de versões ganharam fôlego depois do sucesso de Chucky, personagem central do filme de terror “Brinquedo Assassino”, de 1988.
Para bancar a maquiadora
Quando a Barbie aterrissou no Brasil, em 1982, pôs fim ao reinado absoluto de outra boneca, a Susi, sucesso desde os anos 70. Depois disso, a loira norte-americana conquistou as garotas com outros brinquedos que levavam sua cara, literalmente. Era o caso da Barbie Hair, que foi lançada com o slogan “cada penteado é uma nova brincadeira”.
Jingle sobre rodas
De roupinha esporte, ela era uma graça e ensinava a gente a patinar. Muito precavida, usava cotoveleira, capacete e joelheira. Tratava-se da Lu Patinadora — o nome já diz qual era seu principal atributo, certo? — a boneca que virou objeto de desejo de muitas meninas (e, vá lá, alguns meninos também). A bem da verdade, era um tanto sem graça. Nem de perto pode ser comparada em popularidade a uma Barbie, por exemplo, mas ficou eternizada na cabeça de quem foi criança na época sobretudo por causa do jingle matador que tocava em seu comercial: “Lá, lé, li, ló, Lu Patinadora…”. Pronto, agora essa musiquinha vai ficar grudada na sua cabeça.
Bjks,
Ly Lauper
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